A Fascite plantar ou fasceíte plantar é um processo inflamatório ou degenerativo que atinge a fáscia plantar, um tecido espesso e fibroso, que recobre a musculatura da sola do pé e se estende desde o osso do calcanhar até os dedos dos pés.

É a causa mais comum de dor no calcanhar. A disfunção pode afetar qualquer um, no entanto, é mais frequente em praticantes de caminhada ou corrida, em pessoas que trabalham diariamente em pé, com sobrepeso, e em mulheres que usam salto alto por muito tempo.

Ainda não se sabe a causa exata da Fascite plantar, porém, existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença:

* Obesidade e sedentarismo; 
* Atividades esportivas de alto impacto (correr, saltar, dançar);
* Idade;
* Pé plano ou cavo/padrões anômalos de marcha;
* Permanecer por longos períodos em pé;
* Trauma adquirido em atividades físicas;
* Encurtamento do tendão de Aquiles e da musculatura posterior da
* perna;
* Sapatos sem o suporte adequado; 
* Doenças sistêmicas e síndromes miofasciais.

Esta lesão é comum em corredores devido ao uso de tênis inadequados ou pelo uso prolongado do mesmo. É recomendado o uso de tênis de corrida por até 600 km, devendo ser trocado passado esse prazo, é possível continuar usando o calçado no dia a dia, sendo vetado o uso em treinos e nas provas de corrida.

O sintoma principal da fascite plantar é uma dor forte, em facada, debaixo do
pé, próximo ao calcanhar. 
Porém, a dor pode aparecer em qualquer ponto da fáscia, no movimento de subir escadas, correr, depois de longos períodos em pé, e até mesmo após algum período de repouso. Geralmente a dor é mais intensa pela manhã, e se alivia no decorrer do dia.
Outros sintomas que podem estar presente são:

* Edema (“inchaço”) e vermelhidão (eritema) do calcanhar e do tornozelo.
* Sensação de queimação na sola do pé;
* Sensação de "areia" ao apertar o local onde está a fáscia plantar; 
* Dificuldade para trazer a ponta do pé na direção da canela (dorsiflexão).

O diagnóstico da fascite plantar é clínico, feito pelo médico ortopedista de acordo com o histórico e exame físico do paciente. 
Alguns exames de imagem como ultrassonografia e ressonância magnética ajudam na confirmação do diagnóstico e na avaliação do grau de acometimento da fáscia plantar. 
É importante que não haja confusão entre o diagnóstico de fascite plantar com o esporão de calcâneo. Ambos são desencadeados por lesões muito parecidas, inflamação crônica e microtraumas na região do calcanhar, mas são patologias distintas, que podem coexistir.

O tratamento na grande maioria dos casos é conservador (sem cirurgia). O tempo de tratamento é variável, podendo melhorar em poucas semanas ou até 1 ano, dependendo da gravidade do problema e da adesão correta à terapêutica.
Algumas terapias comumente empregadas são:
* Medicação anti-inflamatória: reduz a dor e a inflamação da fáscia
plantar;
* Repouso e limitação de atividade física;
* Gelo (na fase aguda): fazer a aplicação de gelo reduz a inflamação e
alivia a dor;
* Exercícios de alongamento - em casa, com orientação, o paciente pode
realizar exercícios de reabilitação;
* Fisioterapia: programa de reabilitação individualizado;
* Terapia por ondas de choque e infiltrações;
* Calçado de apoio, palmilhas ortopédicas e órteses: a dor é frequentemente atenuada pelo uso de calçados e palmilhas adequados, bem como dispositivos ortopédicos.

A cirurgia deve ser considerada somente quando o tratamento conversador não surtir efeito. A cirurgia, chamada fasciotomia plantar, consiste na libertação das fibras da fáscia plantar. 

O procedimento pode ser realizado através de cirurgia aberta, cirurgia minimamente invasiva ou por via artroscópica, tendo esta última uma recuperação mais rápida.

A prevenção da fascite plantar é possível realizando treinos regulares de musculação, mobilidade e equilíbrio, com muita atenção na escolha de calçados, onde deve se prezar por calçados com solados firmes, com adequado amortecimento.

Sem tratamento correto a dor pode se tornar crônica e causar alterações na marcha, que provocam lesões no joelho, quadris e coluna.

Uma vez instalado os sintomas é importante se consultar com um médico ortopedista especialista em pé e tornozelo para iniciar o tratamento e acelerar a recuperação. Agende hoje sua consulta.